Alguns "decretam" que são mais carentes e passam a cobrar (dos familiares, amigos e parceiros) atenção e cuidados especiais: isso é egoísmo!
Os que gostam de se avaliar como os "mais sensíveis", "mais carentes" são os que pretendem, ao provocar pena, obter algum beneficio indevido.
A verdade é que não temos como medir a dimensão da carência afetiva de cada pessoa; acho que cada um deveria se encarregar de cuidar da sua.
A sensação de que não somos criaturas "inteiras", de que nos falta algo, é curiosa e intrigante: acho que deriva do modo como fomos gerados.
Suponho que nosso primeiro registro cerebral seja uma sensação de harmonia típica dos tempos uterinos: ao nascer, esse equilíbrio se rompe.
Desde o nascimento nos sentimos desamparados e incompletos. O aconchego acontece quando nossa mãe nos acolhe: longe dela ficamos "carentes".
Nascer é, pois, uma transição para pior! Estávamos no "paraíso" e fomos expulsos; desde então estamos buscando remédios para nosso "buraco".
Flávio Gikovate
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